sábado, 2 de fevereiro de 2013

Fãs seguem primeira tournée de Mickael Carreira

Foi em Guimarães onde, a 10 de Fevereiro, reuniu 10 mil fãs num pavilhão multiusos, que Mickael Carreira lançou a tournée do seu primeiro disco, "Mickael", que já vendeu mais de 60 mil cópias.

Um mês depois, mobilizou mais cinco mil para um espectáculo em Espinho exactamente à mesma hora em que o pai, Tony Carreira, dava outro concerto em Lisboa. Com os espectáculos simultâneos de pai e filho, Mickael terá perdido alguns espectadores, mas confirmou que tem público próprio e que até já disputa ao pai fãs comuns.

Seguem-se, na rota de Mickael, Caldas da Rainha (dia 01 de Abril), Luxemburgo (dia 14), Matosinhos (21) e Estremoz (28). A partir de agora - prognostica uma fã no bog Mickaelcareira-fas.blogspot.com - "vão ser só `babes` [miúdas] a suspirar por ti". O clã Carreira canta sobretudo histórias de amores perdidos e nunca esquecidos, por razões que raramente se explicam, mas que se lamentam amarguradamente.

"Eu só vivi um grande amor / Junto a ti / Mas também a primeira dor / Quando te perdi", proclama Mickael na canção "Amar", talvez o seu maior êxito.

Perdi o teu amor / Não sei se o volto a ter / Mas tu és a razão de eu viver", completa em "Dou A Vida Por Ti", uma canção escrita por Ricardo Landum.

Igualmente sob letra de Landum, o pai, Tony, passa uma mensagem similar no seu maior sucesso: lamuria o "destino infiel" de um "amante atraiçoado" e "marido mal-amado", remetido à "solidão e ao desgosto mais chorado". Num caso e noutro, as canções afirmam-se como fórmula eficaz para fazer suspirar românticas incuráveis, que se revêem nos quadros de desilusão amorosa traçados, ou que, simplesmente, vislumbram no palco o exemplo do homem perfeito para amar, o "sexy simbol".

As fãs trauteiam, de cor e salteado, as músicas de ambos e detestam que os rotulem de músicos-pimba, um conceito geralmente associado a música de má qualidade. "Pimba é o Emanuel", corrige Carla, 22 anos, uma admiradora de Tony e Mica, residente em Santa Maria da Feira. "Mica e o pai são um caso de sucesso, espalham charme, beleza, simpatia", sentencia Ana Sofia, 26 anos, de Baltar, Paredes, outra admiradora do clã Carreira. "Mickael, muito mais, porque é bonito e tem um corpo perfeito", alvitra outra residente em Paredes, Carla Machado, 16 anos, enquanto espera, a hora de assistir ao segundo concerto do ídolo, na Nave Polidesportiva de Espinho.

Raparigas muito jovens, mas também mulheres de meia-idade, sobressaíam entre a multidão que presenciou o concerto de Espinho. Mas havia igualmente homens rendidos à música do rapaz, como Luís Meireles, 18 anos, vindo do Vale do Sousa.

E até crianças, como Cristiana, 04 anos, de Lisboa, carregada ao colo pela mãe, Maria da Conceição. A pequena Cristina é, de resto, a sócia número 1 do Clube de Fãs de Mickael Carreira, que reúne mais 160 pessoas de Albufeira ao Luxemburgo, segundo informou a mãe.

Algumas das fãs deslocaram-se de Lisboa, em autocarro especialmente fretado, chegando a Espinho às 06:00 da madrugada, 16 horas e meia antes do início do concerto. Vieram depois os inevitáveis arrumadores de automóveis, as roullotes de bifanas e os vendedores de artefactos florescentes para acenar ao ídolo. E o negócio nem correu mal, a avaliar pelo testemunho de Palmira, 55 anos, residente no Porto, que se desloca a todos os espectáculos do "clã" Carreira para vender os artefactos florescentes.

Quanto ao espectáculo, começaria com uma hora de atraso e só acabaria cinco "encores" depois do final anunciado, porque o público exigia sucessivos regressos do cantor ao palco. Mas a missão de Mickael estava ainda longe do fim:

esperavam-no centenas de fãs, em fila indiana, empunhado fotos do cantor, compradas a euro e meio, para o autógrafo da praxe.

"Vai ficar até que lhe peçam o último autógrafo", garantiu João Azeitona, da editora fonográfica de Mickael, a Vidisco.

Agência LUSA, 17/03/2007