Foi ao som da inconfundível 5.ª Sinfonia de Beethoven que Emanuel abriu, ontem à tarde, o seu concerto no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.
Um espectáculo que se propunha celebrar dez anos de carreira do "Rei da Música Popular Portuguesa" e que - apesar da introdução clássica e dos pequenos números de ballet que o pontuaram - mais pareceu um gigantesco bailarico de feira.
Depois dos Maxi (uma das bandas produzidas por Emanuel) terem feito as honras de abertura com temas telenovelescos como "Sonhos Traídos" ou "Anjo Selvagem", a festa arrancou a sério com Emanuel a cantar "ó sr. guarda, não leve a mal..." e duas meninas vestidas (ou despidas) de agentes da autoridade a dançarem ao seu lado.
Estava dado o mote da festa. O público que enchia o Coliseu (os bilhetes esgotaram pouco depois de terem sido postos à venda) começou a agitar-se nas cadeiras e a bater palmas, mas, à medida que o tempo avançava e a timidez era vencida, havia cada vez mais gente a levantar-se para dançar. A alegria, como toda a gente sabe, é contagiosa...
Entretanto, Emanuel - secundado pelos seus músicos - ia recordando alguns momentos-chave da sua carreira. Falou do período "pimba", entre 1994 e 97, e depois da sua opção pela música romântica.
Cantou temas que toda a gente conhece, como "Felicidade", "Vamos a Elas" ou "Rapaziada Vamos Dançar", e no resumo da matéria dada nem sequer se esqueceu do último álbum, já deste ano, do qual retirou "Picadinhas de Amor" ou "Meu Amor vem ter comigo", entre outros.
Também não se esqueceu de esbanjar o charme que o torna tão querido do seu público fiel. Maioritariamente feminino e de certa idade.
Ana Maria Ribeiro / Correio da Manhã, 20/10/2003