quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
Ágata - Um «cocktail» doce
Ágata percorre o país a cantar: «Sou mãe solteira e de mim tenham dó...»
QUEM não conhece nenhum cantor de música ligeira portuguesa de certeza que já ouviu falar pelo menos de Ágata. No mundo da música «pimba» é uma verdadeira estrela. A canção «Perfume de Mulher» («Sai, sai da minha vida») esteve, em 1995, mais de 52 semanas no «top» e o disco atingiu vendas superiores a 300 mil exemplares. A «sitcom» com Rita Blanco e Miguel Guilherme, transmitida pela SIC, «Sai da Minha Vida», inspirou-se no tema. E o genérico arrancava com a voz de Ágata.
Mas a artista, de verdadeiro nome Maria Fernanda de Sousa, não apareceu de repente, de lado nenhum. Tem um verdadeiro currículo, ao contrário das jovens que agora atingem o estrelato e os «tops» aos 18 anos.
Nasceu numa família humilde, em Lisboa, a 11 de Novembro de 1959, e percorreu um grande caminho até chegar a ser o que hoje é: um nome que vende milhares de discos e que tem uma agência promotora de artistas da música ligeira. A sua biografia oficial revela que aos dois anos de idade já cantarolava ao som do banjo. Aos 15 anos grava o primeiro disco e entra para o centro de preparação de artistas da Emissora Nacional, onde frequenta durante alguns anos o curso de música e arte. Um ano depois grava o segundo disco. Faz a voz da Abelha Maia e canta o tema principal destes desenhos animados.
Aos 18 anos ingressa no trio feminino Cocktail e permanece no grupo durante dez anos, enquanto sonha com uma carreira a solo. Em 1985 entra para as Doce, o grupo feminino onde se tornaram famosas Laura Diogo e Fernanda Padinha.
No entanto, o sucesso só viria depois de optar pelo nome de Ágata e de tomar nas próprias mãos o destino profissional. Liberta-se do grupo e grava os discos Quentinha e Boa, (1987), Amor Latino (1989) e Louca por Ti (1991).
Começava a tornar-se a loura explosiva que aparece nas capas de revistas do coração. As letras das músicas falam da sua vida. «Sou mãe solteira e de mim tenham dó...». É uma cantora popular e romântica. E a biografia reza que «é uma mulher sonhadora e apaixonada, que apesar de ter sofrido a dor da traição e da condição de mãe solteira, tem continuado a sonhar». O ponto de viragem dá-se em 1995, precisamente com o êxito «Perfume de Mulher», tema escrito por Ricardo Landum. A carreira e a vida seguem juntas. Desde então, começa a acumular discos de platina. Ágata percorre o país de lés a lés para estar perto das multidões de fãs, a quem dedica o nascimento do seu segundo filho, Francisco.
T.M., Expresso, 03/07/1998