domingo, 27 de fevereiro de 2011

Ruth Marlene 2003

RUTH MARLENE: COM VONTADE E UMA BOA PROPOSTA POSAVA NUA

Canta desde os sete anos o que quer dizer que anda pelo mundo a distribuir sorrisos há quinze. Ruth Marlene vai voltar muito brevemente com um novo trabalho discográfico. Por detrás de uma voz meiga de menina mimada, está alguém que trabalha muito para brilhar na música e, quem sabe, na representação.

- Ser mulher ajudou-te de alguma forma a chegares mais rapidamente ao sucesso?

Isso parece-me indiferente. É claro que o facto de ser mulher dá-me a oportunidade de mostrar uma sensualidade diferente que me ajuda a fazer um espectáculo mais recheado e diferente. Por outro lado, o meu público, por estranho que pareça é muito mais feminino que masculino.

- Ainda não te perguntei se o Big Brother te trouxe grandes benefícios...

Profissionalmente não me trouxe nada de novo. Depois de sair da casa continuei com a minha vida profissional que não saiu beneficiada pela minha exposição no programa. O que melhorou bastante foi a forma como as pessoas me abordam na rua, talvez por me conhecerem melhor, têm mais vontade de falarem comigo.

- E o medo de estar fechada?

Parece que passou. O programa foi importante porque também aproveitei para me conhecer melhor. Conheci-me e gostei!

- Sei que estás já a trabalhar no teu próximo disco...

Exactamente. Andas muito bem informado! Vou entrar em estúdio brevemente e o meu novo CD estará na rua antes do Verão. Apesar de manter a linha musical pela qual sou conhecida, este vai ser um disco muito trabalhado e muito mais elaborado. Acho que em cada trabalho novo temos que melhorar e surpreender o nosso público. É esse o objectivo.

- Enervas-te quando dizem que és uma cantora pimba?

Enervava-me se fosse ignorante, até porque não sei o que isso é nem me preocupo com os rótulos que me põem. Gosto de cantar, divertir as pessoas e transmitir emoções com as minhas canções, que podem ir do mais popular a baladas muito ligeiras. Chamem-lhe o que quiserem, para mim é música e ponto final.

- Eras capaz de posar nua?

Neste momento isso nem me passa pela cabeça, mas se fosse uma boa proposta em termos económicos e eu estivesse com vontade não teria qualquer problema. Mas nunca farei nada que vá contra os meus princípios e isso não está nos meus planos.

- Qual é a tua maior ambição profissional e pessoal?

Não tenho grandes ambições. Gostava muito que este meu próximo trabalho resultasse bem e não me importava de ter uma experiência mais séria como actriz. Já fiz uma participação pequena no "Olhar da Serpente", mas sei que sou capaz de fazer mais qualquer coisa. Pessoalmente posso dizer-te que um dia vou casar e ter dois filhos (risos)...

- Faz-te confusão seres conhecida como concorrente do ‘BB Famosos’?

Absolutamente nenhuma, pelo contrário gostei muito da experiência e seria uma ingrata se achasse o contrário. Não sou melhor nem pior por isso.

- Quem admiras na música?

Desde pequena que sou fã incondicional da Adelaide Ferreira. Gosto também muito da Dulce Pontes e da Mónica Sintra, de quem sou muito amiga. Internacionalmente a Madonna e os U2 são uma referência para mim.

Entrevistada por Cláudio Ramos / Correio da Manhã, 07/04/2003

(Direitos Reservados)

NAB: Muito antes da operação e da Playboy:

sábado, 19 de fevereiro de 2011

As Delycias


Delycias são uma girls band portuguesa, formada por duas jovens com quatro álbuns gravados, centena de espectáculos por todo o país e estrangeiro.

É no palco que as Delycias se destacam pela sua postura, versatilidade, energia, cor e movimento. Um espectáculo muito alegre para animar a vossa festa!


quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Zé Cabra

É tão mau, tão mau que até parece bom

O JN falou com o cançonetista do momento. Zé Cabra vende 10 mil discos, ainda que admita «não saber cantar»...

É o homem de quem se fala: Casimiro Afonso, ou melhor, Zé Cabra, é a mais recente ilustre personagem que, da noite para o dia, saltou do anonimato para o estrelato neste país de Zés Marias e Manueis Subtis. Ora, o que terá de especial este Zé Cabra? Muito simples: canta. Ou melhor, da sua boca soltam-se uns gemidos e umas frases_, não canta, portanto. E isso é bom ou mau? É mau, claro, mas o mau, aqui, neste rectângulo chamado Portugal, também pode, pelos vistos, representar o contrário disso mesmo _ pode ser bom. Confusos?

O António

«Isto é o fenómeno da arte de mal cantar» _ quem o diz é António, uma espécie de mistura híbrida de empresário, «manager» e representante do artista. O JN acompanhou um ensaio de Zé Cabra nos estúdios da sua editora _ a Espacial _, e tentou, dentro do possível, tentar compreender o fenómeno. Rodeada por paredes repletas de discos de ouro e platina atribuídos a artistas do calibre de Tony Carreira, Bruna e Liliana, Tentações, Toy e Ágata, a reportagem do JN ia aguardando a chegada da grande figura enquanto ouvia as explicações de António, o homem que exige rigidez e disciplina em fase de pré-digressão, na qual cobrará 800 contos por espectáculo: «Não me interessa nada que ele consiga afinar ou cantar melhor. A minha única preocupação é que ele se esqueça das letras. Vai ter um concerto daqui a três dias e ainda não consegui meter-lhe as letras na cabeça».

Ciente da realidade, António não tem problemas em afirmar: «É inegável que ele não tem talento. Ao nível da interpretação aquilo é muito mau. Mas ainda ontem estive a ouvir aquela merda (refere-se ao disco) e reparei que até existem partes em que ele, apesar de não estar afinado, consegue entrar no tom da música. Não sei explicar!». Entretanto, entra em cena Francisco José, um dos gerentes da editora Espacial. Mete-se logo na conversa; e, do alto da sua sapiência, declara: «Já vendeu dez mil discos. Só ele é que é capaz de cantar assim; ninguém vai conseguir imita-lo». Atento, António, não deixa escapar a oportunidade para, quase em segredo, confessar: «Bem, eu acho que era capaz de cantar ainda pior do que ele...».

A azeitona

É então chega o grande homem, Zé Cabra. Primeira impressão: é tímido e um tipo simples. Nota-se que ainda não está habituado a situações de entrevistas. Mais: Zé Cabra parece estar nervoso nos primeiros minutos da conversa. Mas diz: «Canto desde muito novo. Lembro-me que cantava músicas do Roberto Leal enquanto andava a apanhar azeitona pelos campos na minha aldeia, em Gralhós, perto de Macedo de Cavaleiros. A gente tinha que se distrair com alguma coisa...».

Depois disso, com 15 anos, mandou-se para França: «Era suposto ter ido de férias, mas acabei por lá ficar». Hoje, vive-se um período de paradeiro incerto: «A minha família está lá. Eu vim para cá porque o povo português me chamou». E, qual candidato às eleições presidenciais, lança, pela primeira vez, a afirmação que repetirá vezes sem conta ao longo da conversa: «Estou aqui ao serviço do povo português e enquanto o povo português quiser».

Zé Cabra, pintor na construção civil em França, 35 anos, signo gémeos. É um homem lúcido, consciente da realidade. E não hesita ao admitir: «Sei que canto mal e é verdade que me engano e me esqueço das letras. Vou começar a dar espectáculos agora e estou preparado para enfrentar o povo; mas as pessoas têm que compreender os meus erros. Errar é humano». Pois: herrar é umano. É claro que um cantor deste calibre só podia ser de um clube: o Benfica. Ao mesmo tempo que o confessa, parece profetizar futuros breves: «Nem que ele vá parar à segunda divisão. Eu serei sempre benfiquista!».

As mulheres

O seu ídolo é Tony Carreira. Sonha em fazer um dueto com ele no Olympia de Paris. Até lá vai assistindo ao fenómeno crescente da fama: «Tenho dado muitos autógrafos. Já não passo despercebido na rua». E, já agora, qual foi o maior elogio que recebeu até hoje? «Foi quando entrei num avião da TAP e duas hospedeiras disseram-me que já me tinha visto na televisão», afirma.

Zé Cabra, cantor romântico. Todas as canções de «Deixei tudo por ela», o álbum, navegam tumultuosamente em águas de romantismo; há ali, sempre, uma «ela». E, se, por ventura, o traço romântico das suas letras despedaçar corações por esse país fora? Zé Cabra, homem casado, é firme na sua posição: «Não vou misturar a minha vida de cantor com a minha vida privada».

Zé Cabra decide ir para o estúdio. Ei-lo em grande estilo: o botim afiado, o casaco de couro negro com os colarinhos ligeiramente levantados, o cinto das calças exibindo imponente fivela. Coloca os auscultadores e começa o ensaio. Atrás de um vidro, o técnico da mesa arranca com o playback instrumental. Zé Cabra ondula, ergue os dedos, baila _, e canta. Canta? Enfim: o JN esforça-se para assistir a tudo isto com o ar mais sério e profissional do mundo. Até que, já cá fora, entre um cigarro e umas confissões, Zé Cabra profere a verdade maior de toda a entrevista: «O disco fecha com a canção «Não troco as portuguesas» por uma razão muito simples: as portuguesas são as mulheres mais bonitas do Mundo».

CRISTIANO PEREIRA / Jornal de Notícias, 31/03/2001
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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Ágata - Um «cocktail» doce


Ágata percorre o país a cantar: «Sou mãe solteira e de mim tenham dó...»

QUEM não conhece nenhum cantor de música ligeira portuguesa de certeza que já ouviu falar pelo menos de Ágata. No mundo da música «pimba» é uma verdadeira estrela. A canção «Perfume de Mulher» («Sai, sai da minha vida») esteve, em 1995, mais de 52 semanas no «top» e o disco atingiu vendas superiores a 300 mil exemplares. A «sitcom» com Rita Blanco e Miguel Guilherme, transmitida pela SIC, «Sai da Minha Vida», inspirou-se no tema. E o genérico arrancava com a voz de Ágata.

Mas a artista, de verdadeiro nome Maria Fernanda de Sousa, não apareceu de repente, de lado nenhum. Tem um verdadeiro currículo, ao contrário das jovens que agora atingem o estrelato e os «tops» aos 18 anos.

Nasceu numa família humilde, em Lisboa, a 11 de Novembro de 1959, e percorreu um grande caminho até chegar a ser o que hoje é: um nome que vende milhares de discos e que tem uma agência promotora de artistas da música ligeira. A sua biografia oficial revela que aos dois anos de idade já cantarolava ao som do banjo. Aos 15 anos grava o primeiro disco e entra para o centro de preparação de artistas da Emissora Nacional, onde frequenta durante alguns anos o curso de música e arte. Um ano depois grava o segundo disco. Faz a voz da Abelha Maia e canta o tema principal destes desenhos animados.

Aos 18 anos ingressa no trio feminino Cocktail e permanece no grupo durante dez anos, enquanto sonha com uma carreira a solo. Em 1985 entra para as Doce, o grupo feminino onde se tornaram famosas Laura Diogo e Fernanda Padinha.

No entanto, o sucesso só viria depois de optar pelo nome de Ágata e de tomar nas próprias mãos o destino profissional. Liberta-se do grupo e grava os discos Quentinha e Boa, (1987), Amor Latino (1989) e Louca por Ti (1991).





Começava a tornar-se a loura explosiva que aparece nas capas de revistas do coração. As letras das músicas falam da sua vida. «Sou mãe solteira e de mim tenham dó...». É uma cantora popular e romântica. E a biografia reza que «é uma mulher sonhadora e apaixonada, que apesar de ter sofrido a dor da traição e da condição de mãe solteira, tem continuado a sonhar». O ponto de viragem dá-se em 1995, precisamente com o êxito «Perfume de Mulher», tema escrito por Ricardo Landum. A carreira e a vida seguem juntas. Desde então, começa a acumular discos de platina. Ágata percorre o país de lés a lés para estar perto das multidões de fãs, a quem dedica o nascimento do seu segundo filho, Francisco.

T.M., Expresso, 03/07/1998