Foi assim que começou o verão de 1994... devagarinho, com um som absolutamente ridículo e que quase por mais de 5 anos dominou o mercado português. Depois do Emanuel e do Quim Barreiros, houve tempo para Os Bacalhaus com Alho, para Os Quizinhos de Portugal, e para as sempre volumosas, Ruth Marlene, Ágata e Romana... enfim, pimba até mais não. Foleiro até á ultima casa!
Mas foi ao ler um artigo da revista Sábado que descobri que se calhar não somos assim tão pimba. Somos, mas com aquela dose saudável...já fomos mais...agora menos...um dia quem sabe nada!
Porém confesso que aquele artigo mexeu comigo.
Para eles tudo era pimba. A forma como as pessoas se vestiam, a falta de capacidade de comprar artigos de marca e por isso recorrer à feira ou a lojas de menor qualidade mas d eigual vislumbre, o chinelo no dedo, o gosto de ir até ao Algarve dar um pezinho de dança numa discoteca da moda. Eu sei lá. Para eles Portugal está parado no ido ano de 1994 com piscares de olho a 197...e qualquer coisa.
Claro que há coisa condenáveis até mais não! É verdade que so coletes enfiados nos bancos do carro são foleiros. Que andar a ouvir música como uma discoteca ambulante, especialmente Regatton, tipo Daddy Yankee e a sua Gasolina é um atentado ao bom gosto, que usar óculos na cabeça apenas para fazer de bandolete até mete dó, que usar coisas apenas berrantes é atrós, e que falar apenas de reality shows demonstra uma grande pobreza de cultura geral.... Mas não seremos no intimo, sempre todos nós, um bocadinho pimbas? Veja-se que há até um certo divertimento, nos casamentos, em dançar o Apita o Comboio. Que é giro mixolhocar nas feiras da aldeia e comprar uma camisa foleirissima apenas porque diz o nome de uma coisa parva que se aprendeu naquele ano. Que nadamos todos de chinelo no dedo, de plástico e não de pele, porque a pele, meus caros senhores, magoa!
Acho que assim sim. Sem exageros a coisa vai!
Agora andar para ai a apontar o dedo, afirmando aos sete ventos que os portugueses são uma miséria isso é que já não! Já lá vai o tempo. Eu sei que ainda há por ai muito mau gosto, mas nem todos podemos ir a Louis Vitton ou à Armani.... e todos sabemos que muitos dos que lá vão compram qualquer coisa, desde que o artigo tenha a marca bem estampada. Por isso as lojas vendem-lhes o refugo. Veja-se o nosso menino Cristiano Ronaldo...até mete dó com algumas coisinhas que tem, só porque dizem Dolce e Gabanna.... e como ele muitos outros jogadores de futebol e novos ricos eque se arrepiam só por ouvir falar em Zara, H&M ou outra qualquer grande loja de roupa sem marca estampada na frente!
Mas enfim. É este o Portugal que temos...e se é Pimba...então, Nós Pimba!
Não é melhor do que passar o tempo a apontar o dedo?
Hugaco (Alcateia de Loucos), 25/07/2005
http://alcateialouca.blogs.sapo.pt