sexta-feira, 30 de julho de 2010

Ele e Ela

O José Crispim foi às Noites Marcianas, acompanhado da sua oitava mulher, contabilidade de que se orgulha, uma vez que, entre casamentos e uniões de facto, a média nacional talvez deva andar entre dois a três "per capita" numa vida (enfim, isto é a olho). Foi no início da madrugada de ontem, obviamente cumprindo na íntegra a lei da televisão.

Os dois, o Crispim e a mulher, formam o conjunto Ele e Ela, um sucesso de vendas nas barracas das feiras daquilo a que chamam o "Portugal profundo". Ela, a quem ele define como o verdadeiro talento do grupo, tem um olhar sereno. Ele fala a cem à hora. Têm dois filhos, que estavam na plateia, o mais novo ainda não é adolescente.

Carlos Cruz estava satisfeito por ter o Crispim à mão, que ainda por cima o considera (a Carlos Cruz) uma espécie de anjo na terra, continuamente traído por gente a quem ajudou a subir na vida. Obviamente que o Crispim fez várias revelações marcianas, nomeadamente aquela de que a mulher se queixa do tamanho do pénis que Deus lhe deu e que já tinha pensado em fazer uma operação para o aumentar; etc., etc,.

Depois de alguns "eteceteras", o Crispim confessa que, depois de ter durante anos batido na mulher, agora é ele que leva. Felipa Garnel, outra das convidadas, foi a única que tentou ensaiar alguma indignação: "Mas batia-lhe?" A mulher confirma, sem perder a serenidade que desde o início mostrou: "Batia, batia." Crispim justifica-se: "Era o ciúme." Garnel insiste: "Então era o ciúme que batia, não era você?" Era mesmo o "ciúme". Havia demasiados risos e a alegria tanto dele como dela, talvez por se verem na televisão, talvez porque é mesmo assim, acabou com quaisquer outras veleidades e manifestações de estranheza por parte de Felipa Garnel.

Ora aqui está um crime, segundo foi aprovado pela Assembleia da República há mais de um ano, por unanimidade ou perto disso, contra quem considerava não dever a justiça meter-se na esfera privada através da utilização desse instrumento jurídico poderoso que é o crime público. Ao fim e ao cabo, e como ficou provado do pequeno diálogo de Crispim e mulher, pode haver sempre lugar para o perdão e são convívio.

Alguns dos opositores da lei desabafaram mesmo, com aquela tendência para o pagode que a todos e a cada um nos caracteriza a tempos variáveis, que "já não se podia dar um sopapo" em paz e sossego. Neste filme, trivial para alguns, que a lei designa como "violência doméstica", os protagonistas vão para além do universo do duo Ele e Ela e, como já começa a ser do domínio público, estende-se às "boas famílias", ministeriáveis, presidenciáveis de várias organizações, politicamente correctos guardiões da sua vida privada. Aprovada, publicada em "Diário da República" e em vigor, será possível saber até onde tem, para lá de um eventual efeito dissuasor, chegado a mão da lei?

Ana Sá Lopes / Público, 07/07/2001
Ele e Ela - Pão e Rosas

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terça-feira, 20 de julho de 2010

Aquele querido mês de Agosto

«Aquele querido mês de Agosto», a segunda longa-metragem do realizador português Miguel Gomes, antestreia-se quarta-feira em Cannes, na Quinzena dos Realizadores, evento que decorre durante o festival de cinema francês.

Produzido pela O Som e a Fúria, o filme centra-se num triângulo amoroso entre pai, filha e sobrinho, músicos de uma banda de música popular que percorre em Agosto várias festas populares do norte do país.
«Aquele querido mês de Agosto», que adopta o título de uma canção do cantor Dino Meira, foi rodado em aldeias de Arganil, Oliveira do Hospital, Góis e Tábua durante as festas de Verão e com actores não profissionais.

«Desde pequeno que faço férias na região e a ideia deste filme nasceu da observação dessas festas de Verão», disse o realizador à agência Lusa na véspera da antestreia mundial do seu filme em Cannes.
São festas de Verão, muitas delas associadas a celebrações religiosas, em aldeias que se enchem de emigrantes e de pessoas que vivem nas cidades e que no resto do ano estão desertas e despovadas, lembra Miguel Gomes.

O filme acompanha a banda de baile nos palcos e as várias situações amorosas que acontecem entre aquelas personagens. Tudo isto tendo em pano de fundo uma banda sonora feita de canções comummente apelidadas de «música pimba».

«Eu não gosto desse termo porque dá uma ideia de inferioridade em relação aos outros géneros e nós encontrámos canções que, apesar de serem pirosas, tem qualquer coisa de verdadeiro e encaixam-se, sobretudo as mais românticas, no melodrama em que se transforma a história», descreveu Miguel Gomes.
«Aquele querido mês de Agosto», tem ainda uma participação minoritária de França na produção, apoio financeiro do Instituto do Cinema e Audiovisual e da RTP.

O argumento é de Miguel Gomes, de Mariana Ricardo (ex-vocalista dos Pinhead Society) e de Telmo Churro.

Do elenco fazem parte Sónia Bandeira, Fábio Oliveira, Joaquim Carvalho, Andreia Santos, Armando Nunes, Manuel Soares, Emmanuelle Fèvre, Paulo Moleiro e Luís Marante.

Esta é a segunda longa-metragem de Miguel Gomes, 35 anos, depois de «A cara que mereces» (2004) e de várias curtas-metragens como «Entretanto», «Inventário de Natal», «Kalkitos» e «Cântico das criaturas». A Quinzena dos Realizadores, que está a festejar 40 anos, termina no dia 25.

Diário Digital / Lusa, 20/05/2008

Sinopse

No coração de Portugal, serrano, o mês de Agosto multiplica os populares e as actividades. Regressam à terra, lançam foguetes, controlam fogos, cantam karaoke, atiram-se da ponte, caçam javalis, bebem cerveja, fazem filhos. Se o realizador e a equipa do filme tivessem ido directamente ao assunto, resistindo aos bailaricos, reduzir-se-ia a sinopse: «Aquele Querido Mês de Agosto acompanha as relações sentimentais entre pai, filha e o primo desta, músicos numa banda de baile». Amor e música, portanto.

http://www.osomeafuria.com/films/3/1/

Ana Malhoa

Em cima capa do disco de 2009.
Ana Malhoa também apareceu nas capas das revistas Playboy e FHM.

domingo, 11 de julho de 2010

Espacial / Mundo Música Flaviense

O marido de Ágata, Francisco Carvalho, é um empresário de sucesso, com negócios no mundo da música e do futebol.

Francisco Carvalho é um dos quatro proprietários da editora Espacial e da empresa de distribuição discográfica Mundo da Música Flaviense e iniciou este ano, em parceria com Manuel Mota, a carreira de empresário desportivo, através da Young Foot.

A Espacial é a editora de 33 artistas portugueses, grande parte deles já muito conceituados. Representados por esta editora estão além de Ágata, Tony Carreira, Quim Barreiros, Ruth Marlene, Emanuel e Toy. Embora as vendas variem em torno de cada disco e em função da popularidade de cada artista, as receitas das vendas excedem quase sempre as expectativas. Segundo uma fonte da Espacial, um CD de um músico conhecido vende mais de 30 mil exemplares num ano.

Por outro lado, a empresa desportiva Young Foot trabalha com mais de 40 atletas – tendo colocado jogadores em equipas da SuperLiga e da 2ª e 3ª Divisão – e tem também negócios no Brasil e Japão, onde têm já alguns jogadores colocados.

Igor e Toni (Estrela da Amadora), Paulo Gomes (Boavista), Diego (Braga), Roberto (Penafiel), Rodrigão e Wegno (Marco) e Wilsinho e Vitinha (Feirense) são alguns dos atletas que representam. A captação dos jogadores é realizada em Portugal, mas recentemente a Young Foot contratou atletas oriundos do Brasil.

Luís C. Ribeiro e Andreia Valente, Correio da Manhã, 23/07/2005

Diga-se por curiosidade que a dona da "Agata Produções" é a companheira do dono da "Espacial " que também é o dono da empresa distribuidora dos CD's " Mundo da Musica Flaviense" . Este ultimo é conhecido em Chaves pelo " CHICO DAS CASSETES " porque começou na vida como feirante , a vender cassetes .


O Mundo Música Flaviense
Com. Cassetes e Discos, Lda.

Musical instr, Record & prerecorded tape stores - Ret. Instr. Musicais/Discos

Henrique Nércio - Director Informática
Paulo Queirós (Eng.) - Director Comercial/Vendas
Fernando Brás - Director Marketing

Lugar da Lama do Moinho
5400 - VILA VERDE DA RAIA

(076) 92 73 10 (076) 92 72 24

Source/Fonte: SPIE